Vida Conjugal




Divórcio

 
As fases da separação

Por mais diferente que uma pessoa seja da outra, o processo de separação tem fases pelas quais todo mundo passa.

A decisão “As insatisfações se tornam visíveis”
      A negação “Há uma fase inicial em que se começa a negar que as coisas estavam tão ruins assim.”
      Fracasso “Porque o divórcio representa o fim de um projeto de vida, cujo o investimento emocional foi muito grande”
     Culpa “Aparece em conseqüência da incapacidade que sentimos por não conseguirmos salvar esse projeto “
     Rejeição “Uma das coisas mais difíceis de ouvir é que você não é mais amado”
     Medo “Medo de não conseguir ser feliz de novo, da solidão, de reconstruir a vida financeiramente e emocionalmente”
     Os altos e baixos “No meio disso tudo, há dias em que você está se sentindo ótimo, livre, poderoso e corajoso e dias em que não consegue dar um sorriso, acha que o mundo vai acabar, que é vítima de todo o sofrimento”
     Manter a amizade ou querer vingança “É difícil quebrar o vínculo com quem se foi tão íntimo, amado e que te conhece tão bem”
     Começar de novo “É difícil, e no começo muito desanimador”
     A perda definitiva “Acontece quando o outro começa um novo relacionamento”

O Divórcio e a Ética Cristã

    O divórcio não é uma exceção à ética bíblica;
   A regra bíblica não é: "O divórcio é sempre errado." A regra é esta: "Um relacionamento permanente, contínuo e sem igual é sempre certo.“

    Noutras palavras, as Escrituras estão interessadas na permanência do casamento.

O que a Bíblia diz sobre o divórcio

“Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel” (Ml 2.16)
“Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” (Mt 19.9).

As estatísticas de divórcio são assustadoras. Elas refletem falta de respeito, na sociedade moderna, pela vontade de Deus

Deus permite o Divórcio?
     Em princípio, o casamento é indissolúvel: "O que Deus ajuntou não o separe o homem". Todavia, em caso de prostituição de um dos cônjuges (adultério ou qualquer outro tipo de imoralidade sexual), Deus permite a separação, se esta for a vontade do cônjuge ofendido. Havendo perdão entre as partes, nada impede de continuarem juntos (Mateus 19.9; Lucas 16.18).

     Só é permitido o divórcio se o cônjuge praticar infidelidade. Outro motivo não tem respaldo nas normas de Cristo (Mt 5.32;19.9);

A causa do divórcio
     Segundo a Bíblia, muito cedo os israelitas adotaram o divórcio, por causa da desobediência a Deus, ao se misturarem com outros povos. Imitaram seus costumes, e levaram Moisés a considerar este ato uma legalidade (Mt 19.7).

     Ao estabelecer a lei, Moisés determinou certas condições para os que se divorciassem (Dt 24:l-4). Jesus enfatizou que "no princípio não foi assim", pois, "Deus criou macho e fêmea"   (Mt 19.3,4; Gn 1.27;5.2), com o propósito de que um completasse a vida do outro.
     O divórcio, portanto, entrou no mundo pela dureza do coração dos homens (Mt 19.8). Ele tem contribuído para a separação entre pais e filhos, e a destruição da personalidade humana. O divórcio toma os filhos do casal traumatizados e desajustados. Não esqueçamos que o divórcio não é regra e nem exceção; é transgressão. 

Divórcio, fruto de transgressão (Ml 2.8,9)
    
O casamento é uma instituição divina. O homem legisla, organiza, disciplina, mas não pode alterar o plano divino (Mc 10.9). Os fariseus sabiam o motivo de Moisés ter consentido a carta de repúdio (Dt 24.1), ou seja, em conseqüência da infidelidade conjugal (Lv 20.10). Assim procede o carnal e desobediente.

A regra áurea é: "O que Deus ajuntou, não o separe o homem" (Mt 19.6). O casamento foi instituído por Deus, com o propósito de preservar o casal unido, consagrado e santificado. Entretanto, esta lei foi violada pêlos homens que buscam seus próprios interesses. Para um cônjuge contrair o segundo casamento é necessário que o outro consorte esteja morto (Rm 7.2; l Co 7.39).
Deus fez o casamento para durar uma vida inteira
     A vontade básica de Deus a respeito do casamento permanece inalterada desde o Éden. Jesus baseou seu ensinamento no princípio revelado em Gênesis 2:24 (Marcos 10:6-9).

     Paulo usou o mesmo princípio, claramente entendido em Romanos 7:2-3. Uma vez que o casamento dura somente até a morte (Mateus 22:30), as pessoas que enviúvam ficam livres para se casarem novamente (1Coríntios 7:39; 1 Timóteo 5:14)

O divórcio sempre envolve pecado
     Em termos gerais, Deus proíbe o divórcio (1Coríntios 7:10-11). Mesmo nos casos em que ele permite o divórcio e novo casamento, uma das pessoas pecou contra Deus e o companheiro.
Onde o adultério não está envolvido, a decisão de divorciar é um ato de rebelião contra o Senhor. Aos olhos de Deus, não há tal coisa como divórcio "sem culpa." 

Jesus condena divórcio e novo casamento
     Lucas 16:18 apresenta a regra geral: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério." Jesus condenou o que tem se tornado comum em nossa sociedade: a prática de deixar um cônjuge para se unir a outro.
     O adultério mencionado aqui é um pecado contínuo que envolve relações sexuais entre pessoas que não têm permissão dada por Deus para coabitar. O pecado não está meramente no ato de fazer um voto de casamento, mas na conseqüente posse de um cônjuge ilícito.

Jesus oferece uma exceção
     Dois textos em Mateus complementam as afirmações registradas em outros lugares:

·Mateus 5:32 diz: "Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério." A regra básica é a mesma encontrada em Lucas 16:18 e Marcos 10:11-12. O divórcio geralmente resulta em outros pecados. Novo casamento é condenado. Se, contudo, o divórcio for por causa de imoralidade sexual, aquele que repudia a ofensora não faz com que ela se torne adúltera.

·Mateus 19:9 inclui um elemento adicional: "Eu, porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]." Novamente, divórcio leva a pecado adicional e o novo casamento é condenado.

Jesus definiu a ordem dos eventos
     Quando ensinamos sobre salvação, ressaltamos corretamente a seqüência dos eventos e os motivos de certos atos. Por exemplo, entendemos que a crença e o arrependimento precedem o batismo, e que o batismo é para o propósito de receber a remissão dos pecados (Marcos 16:16; Atos 2:38). Uma pessoa que não segue esta seqüência, ou que é batizada por algum outro propósito, não faz o que Deus exige.
     Semelhantemente, Jesus falou da imoralidade sexual como razão para divórcio. Um homem que abandona sua esposa por outros motivos, e espera até que ela subseqüentemente tenha relações com outro homem para justificar sua ação, não está respeitando a seqüência e a razão definidas pelo Senhor. Se não podemos aceitar que o arrependimento e o batismo venham depois da salvação, não podemos aceitar adultério depois do divórcio para justificar novo casamento.

A justiça humana não é o padrão
     O casamento foi destinado por Deus e tem sido sempre governado por Ele. Nossas opiniões pessoais são irrelevantes para discussões sobre o que é certo e o que é errado. Eu posso não gostar do fato que uma pessoa inocente possa ser repudiada sem nenhuma razão e não possa casar novamente, mas isso somente sugere meu entendimento inadequado da vontade de Deus (Isaías 55:8-9). Ele sempre tem razão e sempre busca nossos melhores interesses.
     Governos podem fazer leis justificando divórcios pecaminosos e permitindo casamentos pecaminosos, mas isso só prova que os governos humanos são capazes de desrespeitar a vontade de Deus. Aqueles que se defendem na base de lei humana precisam inevitavelmente aceitar uniões homossexuais e outras abominações, porque legisladores de "mente aberta" chamam o mal de bem, e o bem de mal (Isaías 5:20).
     Não esqueçamos que nós que somos santificados pela verdade estaremos sempre em descompasso com os padrões da sociedade descrente que nos rodeia (João 17:14-19; Romanos 12:1-2).

Marco Morillo

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